terça-feira, 7 de outubro de 2008

O regresso do CABRERS.BLOGSPOT.COM

Olá! Estás aí. Ainda bem. Porque Cabrers.bolgspot.com voltou. Sabes! Todo o mundo estava de ferias nós também resolvemos gozar de umas merecedoras folganças. Mas vamos ao que interessa! Após dias de descansos reiniciamos o nosso “mundo de narrações” com uma pequena crónica. Trata-se de um assunto que não é muito abordado pela população Boavistense hoje em dia, mas posso salientar que ela é merecedora de uma profunda reflexão, por isso, convido-te a embalar comigo nesta crónica que se segue.

O sorriso amarelo

Hoje vou falar-vos um pouco sobre um fenómeno que inquieta os boavistenses mas ninguém faz nada. Aliás, melhor dizendo, todo o mundo já está acostumado. O sorriso amarelo que toma conta da ilha das Dunas, particularmente a zona Norte.

É um sorriso que as pessoas são obrigadas a conviverem com elas pelo resto das suas vidas. Qual será o real motivo desse sorriso amarelo? A explicação científica não se sabe, mas a população encontrou para esse fenómeno uma justificação: a água que é ingerida.
Trata-se de uma água amarga, meio salgada assim como Kaka cantou na sua música “agua Saloba de nha terra”.

Na zona Norte e não só, nascemos, crescemos a beber a nossa famosa “agua Saloba”, portanto para nós não havia problema algum em ingeri-la enquanto que para alguém que vinha de outra localidade ou então outra ilha era impossível beber a nossa “água saloba”.
Talvez fosse por causa disso que quando bebíamos água engarrafada a diferença era como se a gente viajássemos de terra para a lua.

Mas retomando ao nosso “sorriso Amarelo”! Você sabe o que é conviver com esse problema? Não, nem podes imaginar. Mas eu vou dar-lhe algumas dicas. De certeza que muitas vezes você sentiu a necessidade tremenda de fazer algo mas não podia porque alguém ou alguma coisa o prendia ou então porque tinhas a sensação de que alguém estava a observar-te. Pois é, é assim que os “donos dos sorrisos amarelos” sentem.
São “obrigados” a esconderem o sorriso: por isso tapam a boca com a mão ao sorrirem, muitas vezes perante a alegria encolhem a “buxexa” ou simplesmente limitam-se a não sorrirem.
São quase “obrigados” a esconderem a alegria junto dos amigos, dos colegas, da própria população no geral. Na maior parte são pessoas com um bom aspecto físico para não dizer lindas (os) mas que carregam nas costas um grande receio. Receio em abrir a boca, em falar, “ki fari go sorrir”.

Lembro-me da viagem que eu fiz no mês de Agosto à ilha das dunas. Não sei se foi coincidência ou não. No barco fui sentar-me perto de uma jovem linda, com pele suave, cabelos finos, castanhos e cumpridos. No colo dela se encontrava um belo bebe recém-nascido. Ela era natural da ilha das flores. Mas como diz aquele ditado nem tudo é perfeito, ela também era portadora do “sorriso amarelo”. Mas nela havia algo diferente que despertou em mim um sentimento que nem sei explicar o que era. Isto porquê? Ela agia com naturalidade, sem receio algum. A reacção dela cativou-me.
Mas o mais interessante é que após alguns minutos de conversa ela já deixava transparecer a alegria – talvez por estar a conversar com uma “colega”. Naquele preciso instante sentimos cúmplices, companheiras, como se já conhecíamos há muito tempo. Sabes, quando encontramos alguém que contem algo semelhante a nós sentimo-nos próximos um do outro, mais protegidos e temos a tendência em depositar uma confiança nessa pessoa, jamais depositada noutra num curto espaço de tempo.

Ao desembarcar na ilha das dunas desejamos, uma a outra, sorte e sucessos e num olhar de cumplicidade cada “colega” seguiu o seu rumo.

Foi um dia, aliás uma noite, que me marcou e pelo qual não pretendo esquecer, mas sim adoptar como exemplo: nunca envergonhar de algo pelo qual a sua origem não é fruto dos nossos actos. A vida é maravilhosa, por isso, devemos fazer de tudo para que ela esteja sempre repleta de coisas boas, vale para isso, uma troca constante de sentimentos maravilhosos (amor, amizade, …)
Think about this.